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Diante do atual contexto de emergência climática e do iminente esgotamento de recursos naturais essenciais à sobrevivência humana e de outras espécies, muito se diz sobre a necessidade de que o ser humano volte o seu olhar para a natureza e desenvolva modos de vida, produção e consumo mais naturais. Embora seja válida, essa forma de pensar demonstra o quanto nós nos afastamos da natureza e deixamos de nos sentir parte dela, a ponto de ser necessário falar em “retorno”.
O que precisa ser entendido, na realidade, é que a sensação de alienação em relação à natureza é uma ilusão criada pela vida urbana, repleta de “coisas”, de construtos humanos, e regida pela dinâmica da constante distração e do utilitarismo. Nós nunca “deixamos” de fato a natureza, e os efeitos da crise climática são a maior prova disso. Ou seja, ainda que nós criemos essa ilusão de separação e deixemos de nos responsabilizar pelo que acontece com o meio ambiente, as consequências do desrespeito às regras da natureza nos atingem com a mesma força, fazendo com que nos lembremos, da pior maneira, de que nunca estivemos “fora” desse sistema e que continuamos submetidos às suas leis.
A forma de se relacionar com a realidade que é oposta a essa alienação é o que chamamos de “Cultura Florestal”. Trata-se de um conjunto de conhecimentos, valores e ações que, partindo da floresta enquanto modelo de cooperação, vê o ser humano como “engrenagem” orgânica de um grande sistema que é a natureza, evidenciando a necessidade de que nós nos alinhemos com essa ideia, entendamos a inerência desse pertencimento e passemos a cooperar também. Como consequência lógica dessa implicação do ser humano na natureza, a Cultura Florestal desconstrói a noção de “valor” nutrida pela sociedade atual e coloca como “valioso” tudo aquilo que é vivo, saudável, livre e prático.
Por isso, os projetos de Educação do Instituto Sete Terras estão comprometidos com o desenvolvimento dessa cultura e utilizam como metodologia a transmissão de um modo de pensar, sentir, agir e colaborar que reproduza os modelos naturais, sobretudo aqueles transmitidos pela floresta.
Para tanto nos prestamos a desenvolver projetos e atividades nos seguintes ramos: